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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CRIAÇÃO DA CARTA DE PRINCÍPIOS

Bravos homens idealizaram um movimento de extrema grandeza cultural, mas não imaginavam que suas idéias fossem tão bem aceitas e difundidas rapidamente, que o fizesse grandioso também em número. Isto nada mais fez do que confirmar quão glorioso foi esta idealização. Todo crescimento rápido pode ter conseqüências desastrosas. Além disso, o governo e o exército tinham naquele grupo de jovens certa desconfiança, pois exaltavam a Revolução Farroupilha, seus mentores e conseqüentemente o “20 de setembro”, levando os poderes constituídos a conclusões que pendiam para o lado revolucionário e separatista.


Foi então que Glaucus Saraiva, considerado extremamente inteligente e com a mente de certa forma avançada para a época, se sensibilizou e, por ser muito reservado, fez de forma solitária um documento que, depois de concluído, foi apresentado como sugestão a ser seguido pelos tradicionalistas.


Tal documento foi de extrema importância, fazendo com que o exército o enxergasse com outros olhos, percebendo que o movimento queria andar lado a lado com os governantes. O Conselho Coordenador reconhecendo sua importância para o bom prosseguimento do movimento, decidiu oficializar a Carta de Princípios, que foi aprovada no 8 º Congresso Tradicionalista, realizado na cidade de Taquara, de 20 à 23 de julho de 1961, no CTG O Fogão Gaúcho. A partir deste momento ela começou a ser vista como uma lei a ser cumprida, causando uma certa revolta nos gaúchos, que não aceitavam ser mandados, defendendo a idéia de que gaúcho é macho, não recebe ordens de ninguém e é dono de suas próprias razões.


Dentro do movimento, seus efeitos foram para nortear um rumo a ser seguido, pois na época o que prevalecia eram as contradições, onde cada CTG procurava inclinar-se para seu lado, fazendo com que não existisse unanimidade.


Para o bom funcionamento era necessário e de fundamental importância, um perfeito conhecimento e interpretação da mesma.


Aos poucos os gaúchos foram aceitando-a e começaram a perceber que ela só ajudaria o movimento a crescer e que seu objetivo não era obrigar e sim orientar. Hoje essa carta integra o Regulamento do Estatuto do MTG e é a primeira diretriz aprovada no tradicionalismo. Até os dias de hoje a Carta de Princípios continua, de um certo modo, de conhecimento restrito dentro do movimento, tendo este prospecto sofrido sensíveis alterações nos últimos anos, devido a importância dada pelo MTG, fazendo dela assunto de trabalhos realizados, como este de hoje.


Seguindo as palavras do Senhor Ciro Dutra Ferreira e Vilson de Souza, na época de sua criação um dos objetivos mais importantes foi o art. XI, que trata do respeito as leis e os poderes públicos legalmente constituídos, que fez com que o exército e o governo vissem com outros olhos aquele grupo de jovens. E o mais importante nos dias de hoje é o art. XXIX que valoriza e exalta o homem do campo. E dentro deste item salientou a importância do surgimento dos laçadores urbanos, como exemplo, que trazem para a cidade uma parte da realidade da vida rural.


Em poucas palavras podemos destacar como conclusão final que, através da difusão e preservação da nossa cultura e de nossos valores morais, temos a possibilidade de dar base a uma sociedade harmônica, colaborando assim com o bem coletivo, o progresso e a evolução de um povo que tem como ideal os princípios de Liberdade, Igualdade e Humanidade.


FONTE: 1º FÓRUM TRADICIONALISTA – 40 ANOS DA CARTA DE PRINCÍPIOS


ASPECTOS DA CARTA DE PRINCÍPIOS


A carta de princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho escrita por Glaucus da Fonseca e apresentada, primeiramente, no 7º Congresso Tradicionalista, de 20 a 23 de Outubro de 1960, na cidade de Santo Ângelo, no CTG “20 de Setembro” 3ª RT, tendo sido aceita pelos delegados. Na ocasião, foi nomeada uma comissão para apreciar o conteúdo e apresentá-la por ocasião do próximo Congresso. Assim, com parecer favorável, o documento foi aprovado no 8º Congresso Tradicionalista, de 20 a 23 de outubro de1961, realizado na cidade de Taquara/ 22ª RT, no CTG “Fogo de Chão”. Por deliberação da 11ª Convenção Tradicionalista, realizada no ano de 1977, na cidade de Santana do Livramento, o documento passou a constituir, na sua integra, o Art. 10 do Regulamento do Movimento tradicionalista Gaúcho.


A carta de princípios é a primeira e principal diretriz filosófica do Tradicionalismo, é o documento máximo a nortear e a orientar as atividades do Movimento Tradicionalista Gaúcho, através das Regiões Tradicionalistas e suas entidades filiadas.


Por ocasião do 36º Congresso Tradicionalista Gaúcho, de 10 a 13 de janeiro de 1991, no CTG “Júlio de Castilhos”, na cidade de Júlio de Castilhos/ 9ª RT, Dinara Paixão e Adriana de Rosa Yop apresentaram e aprovaram a proposta de realizar, por ocasião dos 30 anos do legado ideológico, um encontro estadual para estudo e reavaliação da Carta de Princípios do MTG.


O referido aconteceu em Santa Maria, no DT “Querência das Dores” nos dias 12, 13 e 14 de Julho de 1991. Sob a Coordenação de Dinara Paixão, os trabalhos foram divididos em cinco grupos:


Grupo 1: Aspectos Éticos;

Grupo 2: Aspectos Cívicos;

Grupo 3: Aspectos Culturais;

Grupo 4: Aspectos estruturais;

Grupo 5: Aspectos Filosóficos.



Dentre outras conclusões, os participantes decidiram aprovar, por unanimidade, que: “ A Carta de Princípios do Tradicionalismo é resultado de um momento de inspiração e qualquer modificação no seu conteúdo, seria destruir seu valor, como símbolo já aceitos a longos anos. É válida ainda hoje, a preocupação é viável a sua implantação no seio Tradicionalista”. (Paixão, 1995, p. 110).


SIGNIFICADO DOS ASPECTOS DO DOCUMENTO

1- ASPECTOS ÉTICOS


É a parte da Filosofia e da Teologia, também chamada de Moral, cujo objeto, como ciência, são as leis ideais da verdade moral e, como arte, as regras idôneas para governar, com acerto, a própria vida.


Ética constitui-se na reflexão do comportamento moral dos homens, enquanto vivem na sociedade. É a reflexão, que propõem princípios para a ação. A ação como base nesses princípios, torna-se ética. A moral é a aplicação de princípios ou normas de comportamento humano. Todos os grupos humanos preservam seus valores fundamentais, transformando-os em normas, que devem ser seguidas por todos seus membros. A reflexão ética é o ato de repensar as normas e com estes princípios são aplicados ao comportamento humano devendo elevar e realizar a condição humana e a própria natureza.


Os aspectos éticos da Carta de Princípios são:


Art. 3º- Promover no seio do povo, uma retomada de consciência dos valores morais do gaúcho.


Art. 12- Evitar todas formas de vaidade e personalismo.


Art. 13- Evitar toda e qualquer manifestação individual ou coletiva, movida por interesses subterrâneos de natureza política, religiosa ou financeira.


Art. 14- Evitar atitudes pessoais ou coletivas, que deslustrem e venham em destrimento dos princípios da formação moral do gaúcho.


Art. 15- Evitar que núcleos tradicionalistas adotem nomes de pessoas vivas.


Art. 16- Repudiar, enfim, todas as manifestações e formas negativas de exploração direta ou indireta do Movimento Tradicionalista.



2- ASPECTOS CÍVICOS



Civismo não é o simples ensinamento de regras de comportamento, mas é a atuação consciente e esclarecida do cidadão, no seio da comunidade, através do cumprimento dos seus deveres de cidadania e do seu esforço em contribuir para o progresso e engrandecimento de sua Pátria.


A vivência do civismo se processa em círculos concêntricos, cujos perímetros vão desde o lar, passando pela vizinhança, bairro, cidade, país e mundo, abrangendo, em cada um dos círculos, uma série de relações humanas, cada vez mais amplas e mais gerais. É no lar. No seio da família, que começa a ser formado o ser cidadão consciente de seus deveres e dos seus direitos. Somente a educação bem conduzida, formativa ao invés de informativa, pode proporcionar ao indivíduo, condições de discernimento, que lhe permitam vencer a tendência natural ao egoísmo à imitação e á massificação, levando-o a realizar, de maneira mais plena e mais perfeita, a perfeita, à própria personalidade, fermento benéfico, que influirá sobre os outros indivíduos, concorrendo para um melhor nível intelectual, espiritual e moral da humanidade.


São os seguintes itens do aspecto cívico da Carta de Princípios:


Art. 2º- Cultuar e difundir a nossa história, nossa formação social, nosso Folclore, enfim, nossa tradição, como substância basilar de nacionalidade.


Art. 23- Comemorar e respeitar as datas efemérides e vultos nacionais e particularmente, o dia 20 de setembro, como data máxima do Rio Grande do Sul.


Art. 24- Lutar para que seja instituído, oficialmente, o dia do gaúcho, em paridade de condições com o “Dia do Colono” e outros “dias” respeitados publicamente.


Art. 26- Revalidar e reafirmar os valores fundamentais de nossa formação, apontando às novas gerações rumos definidos de cultura, civismo e nacionalidade.


Art. 27- Procurar o despertamento de consciência para o espírito cívico de cada unidade e amor á Pátria.


Art. 29- Buscar, finalmente, a conquista de um Estágio de força social, que lhe dê ressonância nos Poderes Públicos e nas classes rio-grandense para atuar real poderosa e eficientemente, no levantamento dos padrões de moral e de vida do nosso Estado, rumando, fortalecido, para o campo e o homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo, assim, sua alta destinação histórica em nossa Pátria.




3- ASPECTOS CULTURAIS



Segundo as ciências humanas, cultura tem duplo sentido: um subjetivo e outro objetivo. O sentido subjetivo de cultura, conota a idéia de um alto grau de desenvolvimento das capacidades intelectuais do homem.


No sentido objetivo, cultura refere-se a todo o conjunto de criações, pelas quais o espírito humano marcou sua presença na história. Segundo a objetividade, o termo cultura é um fenômeno essencialmente social, criado pelo grupo, por ele transmitido no tempo, de geração à geração, e difundido no espaço, propiciando as combinações mais ricas e complexas dos fenômenos de aculturação.


São os Seguintes aspectos culturais da Carta de Princípios:


Art. 4º- Facilitar e cooperar com a evolução e o progresso, buscando a harmonia social, criando a consciência do valor coletivo, combatendo o enfraquecimento da cultura comum e a desagregação que daí resultado.


Art. 6º- Preservar nosso patrimônio sociológico representado, principalmente, pelo linguajar, vestimenta, arte culinária, forma de lides e artes populares.


Art. 8º- Estimular e incentivar o processo aculturativo do elemento imigrante e seus descendentes.


Art. 19- Influir na literatura, artes clássicas e populares e outras formas de expressão espiritual de nossa gente, no sentido de que se voltem para os temas nativistas.


Art. 20- Zelar pela pureza e fidelidade de nossos costumes autênticos, combatendo todas as manifestações individuais ou coletivas, que artificializem ou descaracterizem as nossas coisas tradicionais.


Art. 28- Pugnar pela fraternidade e maior aproximação dos povos americanos.




4- ASPECTOS ESTRUTURAIS



O indivíduo é um ser eminente social, logo vive em sociedade, onde desempenha uma série de papéis, de funções, junto aos grupos sociais, junto aos grupos permanentes, cujos papéis persistem independentemente de tal ou qual pessoa. Por isso, podemos afirmar que os papéis são mais estáveis, que os próprios ocupantes. Os grupos e os papéis são definidos e delimitados por meio de normas, cuja interação social, não depende só dos padrões normativos, mas podemos dizer que os papéis e grupos de diversos tipos são partes de uma Estrutura Social, na medida em que a estabilidade, regularidade e repetição na interação social se devem a normas sociais, que definem as funções e obrigações dos indivíduos e grupos.


A estrutura social inclui os seguintes elementos:


papéis de vários tipos, dentro da sociedade ou dentro de cada grupo, cada papel relacionado com outros, através de normas;


grupos de diversos tipos, coordenados entre si por normas reguladoras;


normas que dirigem os grupos e papéis;


valores culturais.


As normas e valores tendem a se cristalizar em cada sociedade, em sistemas institucionais dotados de certa estabilidade que garantem a sua permanência, não obtendo as modificações eventuais de detalhes que ocorram.



São os seguintes aspectos estruturais da Carta de Princípios:


Art. 1º- Auxiliar o Estado na solução de seus problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo.


Art. 11- Acatar e respeitar as leis e os poderes públicos legalmente constituídos, enquanto se mantiverem dentro dos princípios do regime democrático vigente.


Art. 17- Prestigiar e estimular quaisquer iniciativas que, sincera e honestamente, queiram perseguir objetivos correlatos com os do tradicionalismo.


Art. 21- Estimular e amparar as células que fazem parte de seu organismo social.


Art. 22- Procurar penetrar e atuar nas instituições públicas e privadas, principalmente nos colégios e o seio do povo, buscando conquistar para o MTG a boa vontade e a participação dos representantes de todas classes e profissões.


Art. 29- Buscar, finalmente, a conquista de um estágio de força social, que lhe dê ressonância nos Poderes Públicos e nas Classes Rio- grandenses, para atuar real, poderosa e eficientemente, no levantamento dos padrões morais de vida do nosso Estado, rumando fortalecido para o campo e o homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo assim, sua alta destinação histórica em nossa Pátria.


5- ASPECTOS FILOSÓFICOS

A Filosofia é a ciência geral do conhecimento das coisa por suas causas ou primeiros princípios. É o sistema de princípios, que tem por objeto agrupar uma certa ordem de fatos para explicar, cada um dos sistemas particulares de filosofia; doutrina filosófica.


São os seguintes aspectos filosóficos da Carta de Princípios:


Art. 5º- Criar barreiras aos fatores e idéias, que nos vêm pelos veículos normais de propaganda e que sejam diametralmente opostos ou antagônicos aos costumes e pendores naturais do nosso povo.


Art. 7º- Fazer de cada CTG um núcleo transmissor da herança social e através de reações emocionais etc.; criar, em nossos grupos sociais uma unidade psicológica, com modos de agir e pensar coletivamente, valorizando e ajustando o homem ao meio, para a reação em conjunto frente aos problemas comuns.


Art. 9º- Lutar pelos direitos humanos de liberdade, igualdade e humanidade.


Art. 10- Respeitar e fazer respeitar seus postulados iniciais, que têm como característica essencial absoluta independência de sectarismo político, religioso e racial.


Art. 18- Incentivar, todas formas de divulgação e propaganda, o uso sadio dos autênticos motivos regionais.


Art. 25- Pugnar pela independência psicológica e ideológica do nosso povo.

Fonte : Movimento Tradicionalista Gaúcho

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pilcha Gaúcha

Introdução


A autêntica cultura do povo e suas expressões estão alicerçadas em tradições, em conhecimentos obtidos pela convivência em grupo, somadas aos elementos históricos e sociológicos. Seus legados e sua tradição, entre eles o seu modo de vestir, são transportados para as gerações seguintes, sujeitos a mudanças próprias de cada época e circunstância.

O homem do Rio Grande do Sul adaptou suas vestimentas baseado nas suas necessidades e no seu tipo de vida. Fica claro que os trajes, no decorrer da história, aceitam os processos de modernização e de transformação que uma cultura possa ter. A cultura é viva e, enquanto viva, ela se modifica. Essas modificações, legaram ao gaúcho, além de uma herança, beleza e identidade. Se os costumes são constantemente alterados no decorrer da história, nada mais claro de que os trajes também tenham tido uma modificação, mantendo, no entanto, a sua raiz.

Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar como se deu a evolução da nossa Indumentária Gaúcha. Quando da realização desta pesquisa, me deparei com várias publicações sobre indumentária, de vários autores, como Antônio Augusto Fagundes, Vera Záttera, Paixão Côrtes e Edison Acri, que mostravam visões um pouco diferenciadas.

A Evolução da Indumentária Gaúcha

Os quatro trajes fundamentais:

Se formos dividir a história da indumentária gaúcha, veremos que ela se dá em 4 partes, e a cada uma delas corresponde uma indumentária feminina:

1 - Chiripá primitivo;

2 - Braga;

3 - Chiripá farroupilha;

4 - Bombacha.




Traje Indígena - 1620 à 1730

Quando o homem que veio fazer a América - e se vestia à européia - aqui chegou encontrou, nos campos, índios missioneiros e índios cavaleiros.

Índios Missioneiros: (Tapes, Gês-guaranizados) - constituíam a matéria-prima trabalhada pelos padres jesuítas dos Sete Povos.

Os Missioneiros se vestiam, conforme severa moral jesuítica. Passaram a usar os calções europeus e em seguida a camisa, introduzida nas missões pelo Padre Antônio Sepp.

Usavam, ainda, uma peça de indumentária não européia, proximamente indígena - "el poncho" - isto é, o pala bichará. Essa peça de indumentária não existia no Rio Grande do Sul antes da chegada do branco, pois os nossos índios pré-missioneiros não teciam e nem fiavam.

Os Padres descobriram a atração que as vestes religiosas e as fardas militares exerciam sobre os índios e distribuíram essas roupas entre eles. Assim, figurar o Alferes Real Sepé Tiarayu, desnudo ou vestindo chiripá, é erro grosseiro. Ele usaria a farda correspondente ao seu alto grau militar, ou vestir-se-ia civilmente, com bragas, camisa e poncho.

A mulher missioneira, usava o "tipoy", que era um longo vestido formado por dois panos costurados entre si, deixando sem costurar, apenas duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Na cintura, usavam uma espécie de cordão, chamado "chumbé". O "tipoy" era feito de algodão esbranquiçado, mas em seguida se tornava avermelhado com o pó das Missões. Em ocasiões festivas, a índia missioneira gostava de usar um alvo "tipoy" de linho sobre o de uso diário. Apenas nas vestes religiosas, sobretudo nas procissões, as índias usavam mantos de cores dramáticas, como o roxo e o negro.

Índios cavaleiros: (Mbaias: Charruas, Minuanos, Yarós, etc): eram assim chamados porque prontamente se adonaram do cavalo trazido pelo branco, desenvolvendo uma surpreendente técnica de amestramento e equitação.

Usavam duas peças de indumentária absolutamente originais: o "chiripá" e o "cayapi".

O chiripá era uma espécie de saia, constituída por um retângulo de pano enrolado na cintura, até os joelhos. O cayapi dos minuanos era um couro de boi, inteiro e bem sovado (que se usava às costas) com o pêlo para dentro e carnal para fora, pintado de listras verticais e horizontais, em cinza e ocre. À noite, servia de cama, estirado no chão. Os charruas o chamavam de "quillapi" e "toropi".

A mulher, entre os índios cavaleiros, usava apenas o chiripá. No rosto, pintura ritual de passagem, assinalando a entrada na puberdade. No pescoço, colares de contas ou dentes de feras.

De peças da indumentária ibérica, de peças da indumentária indígena e tantas outras, o gaúcho foi constituindo sua própria indumentária.





Traje Gaúcho - 1730 à 1820

Patrão das Vacarias e Estancieira Gaúcha

O primeiro caudilho riograndense, tinha mais dinheiro e se vestia melhor. Foi o primeiro estancieiro. Trajava-se basicamente à européia, com a braga e as ceroulas de crivo. Passou a usar também a bota de garrão de potro, invenção gauchesca típica. Igualmente o cinturão-guaiaca, o lenço de pescoço, o pala indígena, a tira de pano prendendo os cabelos, o chapéu de pança de burro, etc.

A mulher desse rico estancieiro, usava botinhas fechadas, meias brancas ou de cor, longos vestidos de seda ou veludo, botinhas fechadas, mantilha, chale ou sobrepeliz, grande travessa prendendo os cabelos enrolados e o infaltável leque.





Peão das Vacarias e China das Vacarias



O traje do peão das vacarias destinava-se a proteger o usuário e a não atrapalhar a sua atividade - caçar o gado e cavalgar. Normalmente, este gaúcho só usava o chiripá primitivo (pano enrolado como saia, até os joelhos, meio aberto na frente, para facilitar a equitação e mesmo o caminhar do homem) e um pala enfiado na cabeça. O chiripá, em pouco tempo, assumia uma cor indistinta de múgria - cor de esfregão. À cintura, faixa larga, negra, ou cinturão de bolsas, tipo guaiaca, adaptado para levar moedas, palhas e fumo e, mais tarde, cédulas, relógio e até pistola. Ainda à cintura, as infaltáveis armas desse homem: as boleadeiras, a faca flamenga ou a adaga e, mais raramente, o facão. E sempre à mão, a lança - de peleia ou de trabalho. Camisa, quando contava com uma, era de algodão branco ou riscado, sem botões, apenas com cadarços nos punhos, com gola imensa e mangas largas. Pala, não faltava, comumente, o de lã - chamado "bichará"- em cores naturais, e mais raramente o de algodão e o de seda que aos poucos vão aparecendo. Logo, também surge o poncho redondo, de cor azul e forrado de baeta vermelha.

Pala: tem origem indígena. Pode ser de lã ou algodão, quando protege contra o frio, ou de seda, quando protege contra o calor. É sempre retangular com franjas nos quatro lados. A gola do pala é um simples talho, por onde o homem enfia o pescoço.

Poncho: Tem origem inteiramente gauchesca. É feito, invariavelmente, de lã grossa. Quase sempre é azul escuro, forrado de baeta vermelha, mas também existem de outras combinações de cores. O poncho tem a forma circular ou ovalada. Só protege contra o frio e a chuva. A gola é alta, abotoada e há um peitilho na frente do poncho.

As botas mais comuns eram as de garrão-de-potro, que eram retiradas de vacas, burros e éguas (raramente era usado o couro de potro, que lhe deu o nome). Essas botas eram lonqueadas ou perdiam o pêlo com o uso. Em uso, as botas não duravam mais de 2 meses. Normalmente, eram feitas com o couro das pernas traseiras do animal que dão botas maiores. As que eram tiradas das patas dianteiras, muitas vezes eram cortadas na ponta e no calcanhar, ficando o usuário com os dedos do pé e o calcanhar de fora. Acima da barriga da perna, era ajustada por meio de tranças ou tentos.

As esporas mais comuns nessa época eram as nazarenas (européias) e as chilenas (americanas). As nazarenas têm esse nome devido aos seus espinhos pontudos, que lembram os cravos que martirizaram Nosso Senhor. As chilenas, devem seu nome à semelhança com as esporas do "huaso", do Chile. Aos poucos, os ferreiros da época começaram a criar novos tipos de esporas.

O peão das vacarias não era de muito luxo. Só usava ceroulas de crivo nas aglomerações urbanas. Ademais, andava de pernas nuas como os índios. À cabeça, usava a fita dos índios, prendendo os cabelos - que os platinos chamam "vincha" - e também o lenço, como touca, atado à nuca.

O chapéu, quando usava, era de palha (mais comum), e de feltro, (mais raro), e talvez o de couro cru, chamado de "pança-de-burro", feito com um retalho circular da barriga do muar, moldado na cabeça de um palanque. O chapéu, qualquer que fosse o feitio, era preso com barbicacho sob o queixo ou nariz. Esse barbicacho era normalmente trançado em delicados tentos de couro cru, tirados de lonca, ou então, eram simples cordões de seda, torcidas, terminando em borlas que caía para o lado direito. Mais raramente, era feito de sola e fivela.

Ainda nesta época, aparece o "cingidor", que é o nosso tirador.

A mulher vestia-se pobremente: nada mais que uma saia comprida, rodada, de cor escura e blusa clara ou desbotada com o tempo. Pés e pernas descobertas, na maioria das vezes. Por baixo, apenas usava bombachinhas, que eram as calças femininas da época.



Traje Gaúcho - 1820 - 1865

Chiripá Farroupilha e Saia e Casaquinho

Este período é dominado por um chiripá que substituiu o anterior, que não é adequado à equitação, mas para o homem que anda a pé. O chiripá dessa nova fase é em forma de grande fralda, passada por entre as pernas. Este se adapta bem ao ato de cavalgar e essa é certamente a explicação para o seu aparecimento. Com isto, fica claro que o Chiripá Primitivo era de origem indígena. Já o Chiripá Farroupilha é inteiramente gaúcho. Esse é um traje muito funcional, nem muito curto, nem muito comprido, tendo o joelho por limite, ao cobri-lo.

As esporas deste período são as chilenas, as nazarenas e os novos tipos inventados pelos ferreiros da campanha. As botas são, ainda, a bota forte, comum, a bota russilhona e a bota de garrão, inteira ou de meio pé. As ceroulas são enfiadas no cano da bota ou, quando por fora, mostram nas extremidades, crivos, rendas e franjas. À cintura, faixa preta e guaiaca, de uma ou duas fivelas. Camisa sem botões, de gola, e mangas largas. Usavam jaleco, de lã ou mesmo veludo, e às vezes, a jaqueta, com gola e manga de casaco, terminando na cintura, fechado à frente por grandes botões ou moedas. No pescoço, lenço de seda, nas cores mais populares, vermelho ou branco. Porém, muitas vezes, o lenço adotado tinha outras cores e padronagens. Em caso de luto, usava-se o lenço preto. Com luto aliviado, preto com "petit-pois", carijó ou xadrez de preto e branco. Aos ombros, pala, bichará ou poncho. Na cabeça usavam a fita dos índios ou o lenço amarrado à pirata e, se for o caso, chapéu de feltro, com aba estreita e copa alta ou chapéu de palha, sempre preso com barbicacho.

A mulher, nesta época, usava saia e casaquinho com discretas rendas e enfeites. Tinham as pernas cobertas com meias, salvo na intimidade do lar. Usavam cabelo solto ou trançado, para as solteiras e em coque para as senhoras. Os sapatos eram fechados e discretos. Como jóias apenas um camafeu ou broche. Ao pescoço vinha muitas vezes o fichú (triângulo de seda ou crochê, com as pontas fechados por um broche). Este foi o traje usado pelas ricas e pobres desta época.





Traje gaúcho - 1865 até nossos dias

Bombacha e Vestido de Prenda

A bombacha surgiu com os turcos e veio para o Brasil usada pelos pobres na Guerra do Paraguai. Até o começo do século, usar bombachas em um baile, seria um desrespeito. O gaúcho viajava à cavalo, trajando bombachas e trazia as calças "cola fina", dobradas em baixo dos pelegos, para frisar.

As bombachas são largas na Fronteira, estreitas na Serra e médias no Planalto, abotoadas no tornozelo, e quase sempre com favos de mel. A correta bombacha é a de cós largo, sem alças para a cinta e com dois bolsos grandes nas laterais, de cores claras para ocasiões festivas, sóbrias e escuras para viagens ou trabalho.

À cintura o fronteiriça usa faixa; o serrano e planaltense dispensam a mesma e a guaiaca da Fronteira é diferente da serrana, por esta ser geralmente peluda e com coldre inteiriço.

A camisa é de um pano só, no máximo de pano riscado. Em ambiente de maior respeito usa-se o colete, a blusa campeira ou o casaco.

O lenço do pescoço é atado por um nó de oito maneiras diferentes e as cores branco e vermelho são as mais tradicionais.

Usa-se mais freqüentemente o chapéu de copa baixa e abas largas, podendo variar com o gosto individual do usuário, evitando sempre enfeites indiscretos no barbicacho.

Por convenção social o peão não usa chapéu em locais cobertos, como por exemplo no interior de um galpão.

As esporas mais utilizadas são as "chilenas", destacando-se ainda as "nazarenas". Botas, de sapataria preferencialmente pretas ou marrons.

Para proteger-se da chuva e do frio usa-se o poncho ou a capa campeira e do calor o poncho-pala. Cita-se ainda o bichará como proteção contra o frio do inverno. Obs.: O preto é somente usado em sinal de luto.

O tirador deve ser simples, sem enfeites, curtos e com flecos compridos na Serra, de pontas arredondadas no Planalto, comprido com ou sem flecos na Campanha e de bordas retas com flecos de meio palmo na Fronteira.

É vedado o uso de bombacha com túnica tipo militar, bem como chiripás por prendas por ser um traje masculino.

A indumentária da prenda é regulamentada por uma tese de autoria de Luiz Celso Gomes Yarup, que foi aprovada no 34º. Congresso Tradicionalista Gaúcho, em Caçapava do Sul.

01 - O vestido deverá ser, preferencialmente, de uma peça, com barra da saia no peito do pé;

02 - A quantidade de passa-fitas, apliques, babados e rendas é livre;

03 - O vestido pode ser de tecido estampado ou liso, sendo facultado o uso de tecidos sintéticos com estamparia miúda ou "petit-pois";

04 - Vedado o decote;

05 - Saia de armar: quantidade livre (sem exageros);

06 - Obrigatório o uso de bombachinhas, rendadas ou não, cujo comprimento deverá atingir a altura do joelho;

07 - Mangas até os cotovelos, três quartos ou até os pulsos;

08 - Facultativo o uso de lenço com pontas cruzadas sobre o peito, também facultado o uso do fichú de seda com franjas ou de crochê, preso com broche ou camafeu, ou ainda do chale;

09 - Meias longas brancas ou coloridas, não transparentes;

10 - Sapato com salto 5 (cinco), ou meio salto, que abotoe do lado de fora, por uma tira que passa sobre o peito do pé;

11 - Cabelo solto ou em trança (única ou dupla), com flores ou fitas;

12 - Facultado o uso de brincos de argola de metal. Vedados os de fantasia ou de plásticos;

13 - Vedado o uso de colares;

14 - Permitido o uso de pulseiras de aro de qualquer metal. Não aceitas as pulseiras de plástico;

15 - Permitido o uso de um anel de metal em cada mão. Vedados os de fantasia;

16 - É permitido o uso discreto de maquiagem facial, sem batons roxos, sombras coloridas, delineadores em demasia;

17 - Vedado o uso de relógios de pulso e de luvas;

18 - Livre a criação dos vestidos, quanto a cores, padrões e silhuetas, dentro dos parâmetros acima enumerados.





Fonte: Indumentária Gaúcha

Antônio Augusto Fagundes - Martins Livreiro Editor (2ª Edição)

Porto Alegre - 1985

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Resultado ENART 2009

Modalidade: DANÇAS TRADICIONAIS – FORÇA A


1º CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAÍ 1ª

2º CTG TIARAYU PORTO ALEGRE 1ª

3º DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª

4º CTG RANCHO DA SAUDADE CACHOEIRINHA 1ª

5º CTG CEL. THOMAZ LUIZ OSÓRIO PELOTAS 26ª

Modalidade: DANÇAS TRADICIONAIS – FORÇA B

1º CTG CHILENA DE PRATA ALVORADA 1ª

2º DTG LEÃO DA SERRA SÃO LEOPOLDO 12ª

3º CTG CHALEIRA PRETA GRAVATAI 1ª

4º CTG ESTIRPE GAÚCHA GUAPORÉ 11ª

5º CTG CAPÃO DA PORTEIRA VIAMÃO 1ª

Modalidade: CHULA

1º ALISSON SEBEM DA CUNHA CTG LALAU MIRANDA PASSO FUNDO 7ª

2º JEAN DINIZ DT QUERÊNCIA DAS DORES SANTA MARIA 13ª

3º RAFAEL PALMA MACHADO CTG ACONCHEGO DOS CARANCHOS ALEGRETE 4ª

Modalidade: GAITA PIANO

1º FELIPE CAMPOS BRITO CTG SINUELO DA FEITORIA SÃO LEOPOLDO 12ª

2º GUSTAVO GREGOLIN CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO CAXIAS DO SUL 25ª

3º DIEGO BUCHEBUAN CTG SINUELO CAXIAS DO SUL 25ª

Modalidade: GAITA DE BOTÃO ATÉ OITO BAIXOS

1º NICOLAS MORO MULLER CTG RONDA CHARRUA FARROUPILHA 25ª

2º LUIS GUSTAVO PEREIRA LINCK DTG JOSÉ ALTIVO DOS SANTOS SANTA CRUZ DO SUL 5ª

3º NATHAN OLIVEIRA DA SILVA CTG GUAPOS DA AMIZADE CACHOEIRINHA 1ª

Modalidade: GAITA DE BOTÃO MAIS DE OITO BAIXOS

1º GUSTAVO ALVES DE OLIVEIRA CENTRO FARROUPILHA DE TRAD. GAÚCHAS ALEGRETE 4ª

2º MAICON BAVARESCO DTG GUARDIÕES DO RIO GRANDE ENCANTADO 24ª

3º LUIZ PAULO PIZOLOTTO DOS SANTOS CTG POMPILIO SILVA SANTO AUGUSTO 20ª

Modalidade: GAITA DE BOCA

1º ALCEU FILIPINI GN FARROUPILHA ERECHIM 19ª

2º ORLANDO ARAÚJO DA SILVA CTG LANCEIROS DE SANTA CRUZ SANTA CRUZ DO SUL 5ª

3º JOÃO CARLOS S. SPINDOLA CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO PORTO ALEGRE 1ª

Modalidade: BANDONEON

1º ORLANDO GASPAROTTO CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO PORTO ALEGRE 1ª

2º ALDOMIRO GOMES DA ROSA CTG LANCEIROS DE SANTA CRUZ SANTA CRUZ DO SUL 5ª

3º DIRCEU RUCART PORSCHE CTG TIARAYU PORTO ALEGRE 1ª


Modalidade: VIOLINO OU RABECA

1º PEDRO LEMOS CTG LALAU MIRANDA PASSO FUNDO 7ª

2º LUCIANO DE S. DOS SANTOS CTG ALDEIA FARROUPILHA FARROUPILHA 25ª

3º ALDOMIRO GOMES DA ROSA CTG LANCEIROS DE SANTA CRUZ SANTA CRUZ DO SUL 5ª

Modalidade: VIOLÃO

1º ADRIANO MATTOS FREITAS CTG ESTÂNCIA DE SAPUCAIA SAPUCAIA DO SUL 12ª

2º LEONARDO DA MAIA MACHADO CTG FRONTEIRA ABERTA SANT. DO LIVRAMENTO 18ª

3º THALES VINICIUS DOS SANTOS CTG SINUELO DA FEITORIA SÃO LEOPOLDO 12ª

Modalidade: VIOLA

1º JULIANO FRANCISCO LERSCH CTG FRONTEIRA ABERTA SANT. DO LIVRAMENTO 18ª


Modalidade: CONJUNTO INSTRUMENTAL


1º OS TROPEIROS CTG TROPEIROS DA AMIZADE SAPUCAIA DO SUL 12ª

2º CTG LALAU MIRANDA CTG LALAU MIRANDA PASSO FUNDO 7ª

3º CTG SINUELO CTG SINUELO CAXIAS DO SUL 25ª

Modalidade: CONJUNTO VOCAL

1º CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA SANTA MARIA 13ª

2º CTG SINUELO CTG SINUELO CAXIAS DO SUL 25ª

3º VOCAL QUERÊNCIA CCN PIAZITO CARRETEIRO IJUI 9ª


Modalidade: INTÉRPRETE SOLISTA VOCAL MASCULINO


1º ROBSON DA SILVEIRA DTG LENÇO COLORADO PORTO ALEGRE 1ª

2º FÁBIO JÚNIOR SOARES DE OLIVEIRA CTG RANCHO DE GAUDÉRIOS FARROUPILHA 25ª

3º GILSON MIGUEL BRASIL VIEIRA CTG FARROUPILHAS SANTA MARIA 13ª


Modalidade: INTÉRPRETE SOLISTA VOCAL FEMININO


1º HÉLEN ALINE MACHADO DORNELES CTG RINCÃO DA CAROLINA SANT. DO LIVRAMENTO 18ª

2º TATIELE BUENO CTG RODEIO MINUANO CAXIAS DO SUL 25ª

3º PRISCILA RAMONE CAMPEOL CTG RONDA CHARRUA FARROUPILHA 25ª


Modalidade: TROVA CAMPEIRA (MI MAIOR)

1º LEÔNCIO MACHADO DO AMARAL CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO PORTO ALEGRE 1ª

2º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

3º MARCIO ANDRADE MADALENA CTG ESTÂNCIA DA SERRA OSORIO 23ª

Modalidade: TROVA DE MARTELO

1º LEÔNCIO MACHADO DO AMARAL CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO PORTO ALEGRE 1ª

2º JOSÉ JOAQUIM JESUS HUGO CTG CEL. THOMAZ LUIZ OSÓRIO PELOTAS 26ª

3º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

Modalidade: TROVA ESTILO GILDO DE FREITAS

1º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

2º LEÔNCIO MACHADO DO AMARAL CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO PORTO ALEGRE 1ª

3º VALTER NUNES PORTALETE GDF OS FARROUPILHAS SANTO ANGELO 3ª

Modalidade: TROVADOR MAIS POPULAR


JADIR DE OLIVEIRA FILHO CTG TIARACY PORTÃO 15ª

Modalidade: DECLAMAÇÃO MASCULINA


1º FABIO SANTIAGO GIRIBONE MALCORRA CTG ADAGA VELHA ROSÁRIO DO SUL 18ª

2º ARIEL VAREIRO PEREIRA CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO CAXIAS DO SUL 25ª

3º FELIPE DA CUNHA MORAES CTG POTREIRO GRANDE TRAMANDAI 23ª


Modalidade: DECLAMAÇÃO FEMININA

1º PRISCILA RAMONE CAMPEOL CTG RONDA CHARRUA FARROUPILHA 25ª

2º ANELISE DE BRITES PACHECO CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª

3º CASSIANA OLIVEIRA DA SILVA CTG POTREIRO GRANDE TRAMANDAI 23ª


Modalidade: PAJADA

1º MARCIO ANDRADE MADALENA CTG ESTÂNCIA DA SERRA OSORIO 23ª

2º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

3º LEÔNCIO MACHADO DO AMARAL CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO PORTO ALEGRE 1ª


Modalidade: CAUSO


1º RICARDO G. SALABERRY DTG ALDEIA DOS FARRAPOS VIAMÃO 1ª

2º JEFERSON ROGÉRIO V. DE BARROS CTG QUERÊNCIA DE NOVA HARTZ NOVA HARTZ 30ª

3º LUIZ ONÉRIO PEREIRA CTG RODEIO DA SAUDADE CRUZ ALTA 9ª

Modalidade: DANÇA GAÚCHA DE SALÃO


1º JOSIEL DE PAULA ÁLVARO CTG RANCHO DA SAUDADE CACHOEIRINHA 1ª

MARIANNE GOMES DA SILVA CTG RANCHO DA SAUDADE CACHOEIRINHA 1ª

2º GUSTAVO MAYCA DE SOUZA DT QUERÊNCIA DAS DORES SANTA MARIA 13ª

NATALIA OLIVEIRA FONSECA DT QUERÊNCIA DAS DORES SANTA MARIA 13ª

3º RAFAEL CIDINE GOMES CTR CAUDILHO GUAIBENSE GUAIBA 1ª

WANESSA TRINDADE CTR CAUDILHO GUAIBENSE GUAIBA 1ª


Modalidade: POESIA


PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º IBANI JORGE BICCA CTG CANDEEIRO DA AMIZADE VERA CRUZ 5ª

2º SIDNEY JESUS MATTOS BRETANHA CTG TROPEIROS DA QUERENCIA ARROIO GRANDE 21ª

3º JORGE CLAUDEMIR SOARES PQT GR.DE CAVALEIROS DA FRONTEIRA OESTE URUGUAIANA 4ª

Modalidade: CONTO



PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º DJALMA CORREA PACHECO CTG ESTÂNCIA GAÚCHA CANOAS 12ª

2º CESAR JOSÉ TOMAZZINI CTG CHIMANGOS PORTO ALEGRE 1ª

3º JUAREZ NUNES DA SILVA CTG IMIGRANTES E TRADIÇÃO CAXIAS DO SUL 25ª

SAMUEL ALBUQUERQUE MACIEL UNIÃO GAÚCHA J.SIMÕES L.NETO PELOTAS 26ª





Modalidade: CONJUNTO MUSICAL DE INVERNADA



ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª

2º CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª

3º CTG M’BORORÉ CAMPO BOM 30ª





Modalidade: MELHOR ENTRADA



ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º CTG PORTEIRA VELHA NOVO HAMBURGO 30ª

2º CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª

3º CTG ESTÂNCIA GAÚCHA CANOAS 12ª









Modalidade: MELHOR SAÍDA



ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª

2º CTG ESTÂNCIA GAÚCHA CANOAS 12ª

3º DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª





Modalidade: GRUPO DE DANÇAS MAIS POPULAR



ENTIDADE LOCALIDADE RT

CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª





Modalidade: MELHOR ACAMPAMENTO



ENTIDADE LOCALIDADE RT

CTG PORTEIRA VELHA NOVO HAMBURGO 30ª





Modalidade: 10ª MOSTRA DE ARTE E TRADIÇÃO GAÚCHA – CATEGORIA PEÃO



1º 18ª REGIÃO TRADICIONALISTA

2º 26ª REGIÃO TRADICIONALISTA

3º 3ª REGIÃO TRADICIONALISTA





Modalidade: 10ª MOSTRA DE ARTE E TRADIÇÃO GAÚCHA – CATEGORIA PRENDA



1º 27ª REGIÃO TRADICIONALISTA

2º 16ª REGIÃO TRADICIONALISTA

3º 20ª REGIÃO TRADICIONALISTA





Modalidade: TROFÉU MARCA GRANDE



1ª REGIÃO TRADICIONALISTA

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Edital de Convocação para Eleições

CTG CARRETEIROS DA SAUDADE


Pantano Grande - 5ª RT



Edital de convocação



No uso das atribuições que me são conferidas pelo Estatuto, convoco os Senhores Associados em situação de regularidade com a Tesouraria, para a Assembléia Geral Eletiva a realizar-se em nosso galpão, dia 06/12/2009, às 20 horas, em primeira chamada, e ás 20:30 horas para segunda chamada, com a seguinte ordem do dia:

1ª -Eleições para Patronagem gestão 2009/2010.



As inscrições e chapas serão recebidas pelo patrão até o dia 01 de dezembro, às 19 horas, devendo conter duas vias de igual teor.

Pantano Grande, 23 de outubro de 2009.



Heitor Garlett,

Patrão.




Ultimos Carreteiros
Carlos Omar Vilela Gomes

Não sou as rugas e os cortes

Que a vida marca em meu couro...
Sou bem mais que algum lamento
À beira deste fogão.
Meu olhar revoa ao longe,
Muito além dessa fumaça...
Além da nuvem que passa
No ventre da imensidão.

Meus anseios vêm de longe,
De muito além desta era...
São juntas de bois brasinos
Cruzando tempos e estradas.
Os sonhos são santa-fé
Quinchando carretas velhas,
Que povoam meus silêncios
E o fundo dessas volteadas.

São tantos eixos rangendo,
São tantas rodas girando...
E a sina de carreteiro
Vai repetindo: -Até quando?
São tantos, tantos caminhos,
Plenos de pó e atoleiros
E um manto de soledades
Mais largo que o pampa inteiro.

O pampa é um céu pra quem sonha
Nas asas de uma carreta...

Miro na volta de manso...
Outras almas também sonham
O mesmo sonho que eu;
Esteios de um tempo velho
Em cada olhar resistente,
Pechando a vida de frente
Sem qualquer sombra de adeus.

O fogo busca os silêncios mais fundos
Que nossas almas remoem inquietas...
E faz dos olhos porteiras abertas
Pra os nossos sonhos ganharem o mundo.


E cada rosto se faz um espelho
Onde as lembranças, a pouco caladas,
Trazem um tempo repleto de estradas
E uma carreta de luz por sinuelo.

O fogo faz que devora
Mas na verdade acarinha...
Há um ranger que vem de longe
Alimentando o rodar
Do eterno ciclo da vida.

Quem sabe o mundo girando
Seja apenas uma roda
Da carreta mais bonita
Que Deus Pai idealizou.

A vida passa e repassa,
O mundo segue girando,
A inquietude picaneando
E a sina de carreteiro
Ainda repete:- Até quando?

Até quando Deus quiser
E Deus sempre há de querer...
Não me falem de passado
Quando eu falo do presente...
Do meu sangue, da minha gente,
Da minha noção de alma.

Sou filho de carreteiro,
Meus companheiros também...
E não me venham, doutores,
Com patacas e motores
Que de estradas e de amores
Nós sabemos muito bem.

Talvez não sejamos fortes
Ou verdadeiros heróis...
Mas o que somos e amamos
Nem mesmo o tempo destrói.

O mundo corre, se apressa...
Nós seguimos devagar;
E assim enxergamos coisas
Que muitos, sempre correndo,
Não tem tempo de cuidar.
Como a vida é mais bonita
Pra quem sabe perceber
A beleza que há na vida!

Os resmungos da carreta
Talvez sejam meus também...
Eles nos contam segredos
A cada nova jornada.
Pra que pressa? Temos tempo...
Todo o tempo da existência...
Os bois seguem no compasso
Que marca o meu coração.

Meu pensamento se eleva...
Procura os olhos de Deus,
Vertendo luz entre as trevas;
Toda essa luz que conserva
Tão viva a nossa missão...

Minha carreta é meu templo
E a estrada, minha oração

A Façanha dos Gaúchos de Pantano Grande: Semana Farroupilha foi um sucesso

O que chamou me chamou a atenção neste ano durante os festejos farroupilhas, foi o número de famílias que se fizeram presentes no CTG. Os pais, motivados pela participação dos seus filhos lotaram as dependências do galpão em todas as noites. As invernadas deram o show através da dança, desde a dente de leite, com o encanto infantil, a mirim com a graça da criança, a adulta com a responsabilidade e trabalho e a xirú demonstrando o esforço e a união.



As prendas e peões tiveram papel indispensável, pois foi garantido o endosso cultural da semana, acompanhado pelo Departamento Cultural. Os piquetes, estes merecem todo o carinho e o respeito. De rondas que iam de duzentas pessoas com outras contando com três ou quatro, nunca se deixou apagar a centelha que se acendera dentro do peito de cada um que permaneceu de vigia. A patronagem mais uma vez mostrou sua garra e a união que existe no grupo. Foi uma semana em que todos largaram seu lares e se dedicaram apenas a cultivar a tradição, trazendo todos para o CTG, saindo do trabalho direto para as tertúlias.


Passamos pela Gincana Cultural, que trouxe boas risadas e entrosamento entre a comunidade e os tradicionalistas. Foram muitos os passeios, como Encruzilhada do Sul, o qual retribuiu a visita, Rio Pardo que também se fez presente em nosso galpão e Santa Cruz do Sul, em participação a nível regional na ronda da 6ª CRE. O desfile mostrou mais uma vez a fibra gaúcha, cortando a pata de cavalo o solo pantanense, demonstrando o quanto é importante o homem campeiro dentro desta sociedade desigual. Aprendemos com estes peões que é possível confiar e que o respeito é a principal característica que faz um homem.


Esperamos poder contar com todos estes componentes, que são a receita para o sucesso de mais uma Semana Farroupilha. Como cantamos em momentos felizes, e mesmo tristes quando existem, “ô Carreteiros eu Sou, e ninguém vai nos separar...”

Voltando...

Bueno Gauchada, após alguns dias sem postar, voltamos a ativa!!
mais uma vez, com o mate cevado, te convidamos a prosear conosco na nossa sede Virtual.
Um Forte Quebra Costelas,

Departamento de Comunicações
CTG Carreteiros da Saudade