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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Tradicionalismo conquista espaço na imprensa local

COLUNA QUINZENAL NO JORNAL DESTAK CIRCULA E FAZ O ENLACE ENTRE OS TRADICIONALISTAS E A COMUNIDADE

Ha 170 anos, escrevia-se nestas latitudes, uma das páginas mais importantes e bonitas da história do Rio Grande do Sul, do Brasil e, porque não, da América.Homens idealistas, liberiais, valentes e patriotas, reuniram-se para lutar por um ideal que está na essência da natureza humana: A LIBERDADE.

Sim, o homem livre é o homem moralmente correto. É o homem que não se deixa acorrentar pelo interesse ímpio, escuso, viciante e viceral do poder.“Liberdade” designa a ausência de submissão, de servidão e de não determinação,isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva,liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.
Como disse Cecília Meirelles em Romanceira da Inconfidência:“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”Ser livre, ademais, é um atributo indispensável na Maçonaria. Nesta instituição não se admite, desde épocas remotas, da sua própria fundação, de que o homem seja escravo de outro homem, escravo de ideias, convicções, dogmas ou qualquer que seja a submissão a que esteja sujeito.Foi com esse espírito libertário, inspirados nas idéias iluministas da Revolução Francesa, da Independência dos Estado Unidos, da Independência da Provincia Cisplatina, da Independência Argentina, dos movimentos brasileiros como a Inconfidência Mineira, a Federação dos Guanais (Bahia), Cabanagem (Pará), que nossos antepassados, plantaram com a chamada Revolução Farroupilha,a semente da República, da Democracia e o repúdio à submissão do imperialismo representado pela Monarquia despótica do Império do Brasil. No ano de 1835 os ânimos políticos estavam exaltados. Como em todos os grandes movimentos políticos, entrechocavam-se no cenário os conservadores, que representavam os interesses da monarquia que eram chamados de “caramurus” e os liberais representados pelos “farrapos” ou “farroupilhas”como eram chamados despectivamente, para significar tratar-se de gente sem nenhuma reprsentação na sociedade. Longe de se darem por ofendidos pelo
apodo, os nacionalistas passaram a adota-lo com orgulho, procurando dar arras assim ao seu espírito democrático e de menosprezo pelas distinções e honrarias, de que tão ciosos se mostravam os monarquistas.Mas no próprio cenário liberal, haviam várias tendências. Vozes moderadas clamavam apenas contras as más administrações, esperançosas que tudo pudesse se remediar com um pouco mais de atenção por parte do governo central. Outras, mais avançadas, propugnavam a federação: enquanto se negasse
às provincias o direito de se governarem por sí, a situação permaneceria a mesma. Outras, ainda, iam aos extremos da secessão, ou seja, da separação do Rio Grande do resto do país. E procurando aproveitar-se da confusão, Rosas (Argentina) e Rivera (Uruguay) atiçavam o mal-estar reinante, que a miopia dos estadistas do Rio de Janeiro não sabiam estancar.A difusão do liberalismo no Brasil realizou-se pela Maçonaria, pelos carbonários(que era uma sociedade secreta e revolucionária que atuou na Itália,
França, Portugal e Espanha) e pela Sociedade “Itália Jovem”, movimento revolucinário que lutou pela independência da Itália e que derrotados, foram seus líderes exilados no Brasil.
Diga-se de passagem, a Maçonaria já havia tido um papel importante na Independência do Brasil, tendo sido o Imperador Dom Pedro I inciado na sociedade e chegado ao cargo de Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil. Posteriormente, por questões políticas (já que a Maçonaria é republicana por natureza), Dom Pedro I proibiu que as Lojas funcionassem e muitos maçons foram perseguidos politicamente, presos e mortos.Mas voltando a 1835, devido a toda esta efervecência política, e ao descontentamento de estancieiros, liberais, industriais do charque, e militares locais,promoviam-se reuniões em casas de particulares, lideradas por um ex- coronel do estado maior do exército imperal, que havia lutado na campaha contra a Independência da Provincia Cisplatina, tendo sido condecorado por isso, mas que caiu em desgraça frente ao Imperador por denúncias de negociações secetas com o prócer uruguaio (e também Maçom) Juan Antonio Lavalleja para a separação do Rio Grande do Sul e anexação ao Uruguay, tendo sido exonerado do cargo. Este militar atendia pelo nome de Bento Gonçalves da Silva. Estas reuniões aconteciam em sociedades secretas como os Carbonáriose a Maçonaria. Na noite de 18 de setembro de 1835, houve uma reunião histórica na loja Maçônica Philantropia e Liberdade, da qual Bento Gonçalves da Silva era Venerável-Mestre. Ficava na Rua da Igreja, n° 67, atual Rua Duque de Caxias, no trecho que começa no Solar dos Câmara, em Porto Alegre.O número remete, provavelmente, ao prédio antigo da Assembléia Provincial, existente até hoje. Estavam presentes José Mariano de Mattos (um ferrenho separatista), Gomes Jardim (primo de Bento e futuro Presidente da República Rio-Grandense), Vicente da Fontoura (farroupilha, mas anti-separatista),Pedro Boticário (fervoroso farroupilha), Paulino da Fontoura (irmão de Vicente, cuja morte seria imputada a Bento Gonçalves, estopim da crise na República), Antônio de Sousa Neto imperialista e farroupilha, mas simpatizava com as idéias republicanas) e Domingos José de Almeida (separatista e grande administrador da República).Decidiu-se por unanimidade, nesta reunião, que dali a dois dias, no dia 20 de Setembro, de 1835 tomariam militarmente Porto Alegre e destituiriam o presidente provincial Fernandes Braga.Este ato deu inicio a Revolução Farroupilha, que apesar de não alcançar
todos os efeitos esperados, trouxe liberdade, menos desigualdade e mais humanidade para nosso povo.


Fontes de Pesquisahttp://espacodomacom.blogspot.com/2008/08/revoluo-farroupilha-e-maonaria.html; Ata de 1838, Loja Philosophia; Sites Diversos;

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